terça-feira, 26 de outubro de 2010

MALAFAIA X EDIR MACEDO



Por Leonardo Gonçalves

Malafaia é um cara excêntrico. Em 1995, quando a AEVB - Associação Evangélica Brasileira, negou à Igreja Universal do Reino de Deus o direito de pertencer ao seu rol de associados, o pastor se converteu no maior defensor de Edir Macedo e seus confrades. Não deixou, porém, de denunciar os abusos e desmandos dos teólogos da prosperidade, no que concordo plenamente com ele. A pergunta é: Como alguém pode defender a IURD e Edir Macedo, e ao mesmo tempo ser contra a Teologia da Prosperidade? Segundo Caio Fábio, a explicação é simples: Edir Macedo pagou 40 mil dólares mensais para que o apologista pentecostal pudesse defendê-lo dos seus algozes da AEVB. Até hoje, ninguém comprovou o fato, mas também ninguém – nem o próprio Silas – o desmentiu. Vai saber...

Não passou muito tempo e o pragmatismo tomou conta do pastor Malafaia. Possuidor de uma memória invejável, o pastor passou a sistematizar versículos que corroborem a antes combatida teologia de mamom, e a defendê-la ele mesmo. Aquilo que fora negado com tal veemência no passado passou a ser o carro chefe do seu ministério. Quinze anos depois, lá estava Malafaia na TV, ao lado de Morris Cerrulo, simulando uma profecia na qual Deus pedia uma “semente” de 900 reais para a Associação Vitória em Cristo. Em troca, o fiel receberia a “Bíblia da Batalha Espiritual e Vitória Financeira”, uma espécie de bíblia de Judas que ensina como ficar rico vendendo a verdade e a honra, e a unção financeira dos últimos dias, que desencadearia incontáveis bênçãos financeiras sobre o ofertante à partir de janeiro de 2010.

Novas campanhas financeiras surgiram, como a do trízimo, a dos 1000 reais em que o fiel recebia de “brinde” a salvação de toda a sua família (barbárie tal que não se tem notícia nem nos tempos das indulgencias católicas), e a dos 610 reais, batizada pela Vera Siqueira de xepa gospel. Quando algum blogueiro questionava os novos rumos da velha raposa, era chamado de recalcado e crítico que não produz nada. E assim, vendendo o evangelho e contrariando tudo o que pregara ao longo do seu ministério, Silas se transformava em uma metamorfose ambulante, e cada vez mais se parecia ao velho compadre, Edir Macedo.

Mas quando o assunto é grana, o terreno fica estreito. “Amigos, amigos; negócios à parte” parece ser o lema de alguns pastores televisivos, e a corrida presidencial foi o estopim que desencadeou a briga entre os dois arautos do evangelho da barganha. Por um lado estava Macedo, defendendo os interesses do PT, do qual – segundo Silas Malafaia – se beneficiava financeiramente (Cogita-se inclusive que o tal vídeo de Macedo defendendo o aborto seja parte de sua estratégia política de apoiar Dilma Rousseff). Do outro, o próprio Malafaia, que após o papo furado de que Marina é pró-aborto, apoiou o candidato tucano. Na verdade, Silas percebeu que Marina não chegaria ao segundo turno e migrou para José Serra, o qual se for eleito poderá “abençoar” o pastor com a concessão de uma emissora de TV. Macedo, no entanto, não acredita que Silas esteja somente “semeando” para o futuro, e chega a insinuar em seu blog que Silas estaria recebendo algo em troca aqui mesmo no presente. Uma vez que já foi comprovada a “generosidade” de José Serra para com os evangélicos, eu de nada duvido.

Macedo foi o primeiro a lançar as farpas. No dia 16 de outubro o bispo da IURD publicou um texto em seu blog pessoal, com o título: “cuidado com o profeta velho”, no qual acusava Silas Malafaia de ser um falso profeta e de estar confundindo os eleitores cristãos. Silas, pavio curto que é, não deixou por menos e gastou mais de 20 minutos do seu programa para rebater Edir Macedo. E foi assim que os dois velhos compadres, os quais comeram no mesmo prato em tempos remotos, se transformaram em rivais. E como costuma ser sempre, “em briga de elefantes, quem sofre é formiga”, isto é, na guerra de ódio destes telepastores, quem sofre são os crentes, que não sabem de que lado se posicionar. E eu, como não devo nada nem a um e nem ao outro, não tenho nenhum receio em dizer: Silas não crê no PSDB mais que Macedo crê no PT. Ambos crêem em vantagens, concessões, dinheiro, maracutaias em nome de Deus, e em uma versão de evangelho sofrível, capaz de escandalizar Judas, Alexandre Latoeiro, Demas e Barrabás.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Deus entrou na eleição ?




Por Valmir Nascimento Milomen

Pois então. Depois do resultado do primeiro turno das eleições presidenciais (jogando para o segundo turno a disputa) uma certa polêmica emergiu: a influência da religião na política. É que como ficou evidente, a candidata do PT Dilma Roussef viu escorregar pelos seus dedos o sonho de sagrar-se vencedora já no dia 03 de outubro, em razão de um bombardeio acerca do seu posicionamento sobre o aborto, graças às denúncias feitas pelos chamados “religiosos”.

Como não era para ser diferente, um monte de idiotas instruídos estão agora a questionar a influência da religião na política, como se fosse um tiro na democracia. É o caso da antropóloga Débora Diniz que, em entrevista àColuna 7×7 de Época, dispara contra a influência da religião nestas eleições e questiona o aborto como tema primordial.

Débora Diniz representa muito bem o relativismo moral que impera hoje nos círculos educacionais, resultado de uma pós-modernidade frágil e que faz de conta que defende os direitos humanos.

Primeiro, o pragmatismo que ela advoga sobre o aborto é algo terrível. Imaginar que a discussão sobre o assunto é somente uma questão de saúde pública, é fazer tábula rasa do valor da própria vida. Isso porque, antes da discussão dos aspectos da saúde pública, a vida (do feto) deve ser defendida em primeiro plano. Querer descriminalizar o aborto simplesmente porque aquelas que se submetem às cirurgias em hospitais clandestinos correm risco de vida é - em verdade - uma forma de remover o ponto de discussão. Ora, a grande maioria das mulheres que se submetem ao aborto são na verdade adolescentes, que praticaram sexo irresponsável e não querem arcar com “as consequencias” de criar um filho. Portanto, se se estão preocupados com os riscos das cirurgias clandestinas porque não propõem campanhas de conscientização sobre a própria sexualidade, de forma a ser evitar tanto os abortos bem como os “filhos indesejados”, que crescem sem estrutura familiar.

Aliás, causa-me medo a declaração da entrevistada ao dizer que: “O risco não está no aborto como um ato médico, mas na ilegalidade do aborto. Elas passam a ser criminosas por resistirem à imposição do Estado em serem mães contra a vontade”. Como assim, mães contra a vontade? A pessoa foi lá, praticou o sexo irresponsável e não quer ser mãe contra a sua vontade? E o que me dizem do feto ser morto sem a sua própria vontade? (lembremos que o aborto fruto de gravidez de estrupro não é crime – art. 128, II, CP).

Segundo, a afirmação de que “não é o tema do aborto e a saúde das mulheres o que está sendo discutido, mas se as plataformas religiosas devem regular ou não a sexualidade e a reprodução das mulheres” é, pra mim, uma tentativa clara de recusar a manifestação pública dos chamados “religiosos”. Ora, Estado laico não é Estado antiteísta. Desse modo, a manifestação dos religosos, assim como dos ateus, agnósticos e/ou céticos é algo que não deve ser relegado, até porque, em uma democracia, todos têm o direito de manifestar o seu pensamento. Do contrário, voltaremos aos tempos antigos…. Pior do que a imposição de uma maioria, é a ditadura de uma minoria…

A revista Época também traz nessa semana como matéria de capa o título “Deus entrou na eleição”, em que debate sobre esse mesmo tema. Eis um trecho da reportagem:

“Agora, atônito, o mundo político discute que tipo de efeito a discussão sobre valores religiosos terá sobre a votação de 31 de outubro. E como ela afetará o Brasil no futuro. Tradicionalmente, o cenário político brasileiro tem sido dominado por temas de fundo econômico – como inflação, desemprego, previdência e salário mínimo – ou social – como pobreza, segurança, educação e saúde. Mas a elevação do padrão de vida dos pobres e a superação das necessidades elementares de sobrevivência podem ter começado a abrir espaço para aquilo que, em democracias mais maduras, é conhecido como “agenda de valores”. Ela reúne temas como fé, aborto, eutanásia, ensino religioso, casamento entre homossexuais ou pesquisas com manipulação genética. “Ninguém mais vai se eleger para um cargo executivo facilmente com um programa que prevê a legalização do aborto”, afirma Ary Oro, estudioso de religião e política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “É impossível ignorar a força numérica, demográfica e eleitoral da religião.”

De fato, o que se percebe neste momento não é simplesmente a influência da religião da política, mas sim um debate mais maduro, com temas que envolvem fé, aborto, eutanásia, ensino religioso, casamento entre homossexuais ou pesquisas com manipulação genética. Ora, nas eleições presidenciais anteriores o Brasil nunca discutiu nada. O ponto mais importante sempre foi o carisma do candidato. E agora, quando se elege temas como esses, estão querendo mudar o foco da discussão? Ah. Façam-me o favor.

Dona Dilma está tentando se esquivar daquilo que sempre defendeu: ser favorável ao aborto. Quero ver até onde vai a sua habilidade de desmentir o passado e mudar os registros da história.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Quando escolhemos Barrabás



Por Clóvis Cabalau

Barrabás não era um bandido qualquer (Mt:27:16). Preso por se amotinar contra Roma e estar envolvido em um homicídio (Mc 15:1-13), ele detinha a admiração do povo - à época subjugado pelo Império Romano. Era uma espécie de herói, corajoso ao ponto de enfrentar o poderio do inimigo dos judeus. O povo se identificava com ele.

Do outro lado,
estava Jesus. Corpo dilacerado, ensangüentado. O retrato da “fragilidade” humana ante a crueldade de seus algozes. Os dias de curas, milagres, sermões impactantes haviam se apagado da memória do povo ensandecido. Não, aquele não era o herói que eles queriam. As pessoas não se pareciam com Jesus. O povo se parecia com Barrabás.

Talvez inspirados no episódio bíblico, muitos falsos líderes e falsos profetas têm levado vantagem em nosso tempo. Eles têm facilidade de vender um “Jesus” diferente do Jesus da Bíblia. Oferecem Barrabás disfarçado de “Jesus” e muitos crêem. Um falso Je sus que não fala de arrependimento ou de mudança. Um “Jesus” que é parecido com o mundo: vaidoso, ganancioso, egoísta e acomodado em seu pecado.

O Jesus da coroa de espinhos, da cruz, da carne mortificada, do negar-se a si mesmo não é atrativo para a maioria. Mas, o “Jesus” da “prosperidade”, esse sim, é irrecusável. É esse o “Cristo” que muitos almejam, o gênio da lâmpada, sempre disponível para satisfazer desejos.

Queremos um Jesus que se pareça conosco em vez de alguém que precisemos mudar para se parecer com Ele.

Nos evangelhos, o povo escolheu a Barrabás porque se parecia mais com ele do que com Jesus. Muitas vezes, agimos da mesma forma, como imitadores daquelas pessoas. Escolhemos o preso pecador, que se parece conosco, ao invés de Jesus, que exige de nós uma mudança de vida.

Pense nisso.

domingo, 10 de outubro de 2010

MOMENTO DE REFLEXÃO

Isso é o que você prega, mas não é isso o que você vive



Certo pastor estava buscando levar a igreja à prática da comunhão e da devoção experimentadas pela igreja primitiva (conforme descrita em Atos dos Apóstolos). Logo, recebeu um comunicado de seus superiores: “Estamos preocupados com a forma como você vem conduzindo seu trabalho ministerial. Você foi designado para tomar conta dessa igreja e a fez retroceder, pelo menos, uns 40 anos! O quê está acontecendo?”. O pastor respondeu: “40 anos? Pois então lamento muitíssimo! Minha intenção era fazê-la retroceder uns 2.000!”.


Atualmente, temos acompanhado um retrocesso da vivência e prática cristãs. Mas, infelizmente, não é um retrocesso como o da introdução acima. Algumas das verdades cristãs têm sido negadas na prática. Muitos de nós somos crentes teóricos, entretanto, ateus práticos.


Segue-se uma pequena lista dos top 10 das verdades que pregamos (na teoria) acerca das mentiras que vivemos (na prática):


I – “SÓ JESUS SALVA” é o que dizemos crer. Mas o que ouvimos dizer é que só é salvo, salvo mesmo, quem é frequente na igreja, quem dá o dízimo direitinho, quem toma a Santa Ceia, quem ganha almas para Jesus, quem fala língua estranha, quem tem unção, quem tem poder, quem é batizado, quem se livrou de todo vício, quem está com a vida no altar, quem fez o Encontro, etc e etc. Resumindo: em nosso conceito de salvação, só é salvo aquele que não me escandaliza.


II – “DIANTE DE DEUS, TODOS OS PECADOS SÃO IGUAIS” é o que dizemos crer. Mas, diante da igreja,não é visto dessa maneira.Quando um irmão é pego em adultério, é comum ouvirmos o comentário: “O irmão fulano caiu…”, ou seja, adultério é visto como uma “queda”. Mas a fofoca que leva a notícia do adultério de ouvido a ouvido é permitida (embora, na Bíblia haja mais referências ao mexeriqueiro do que ao adúltero). Estar com o nome ‘sujo’ no SPC é permitido, embora a Bíblia condene o endividamento. Ser glutão é permitido, a ‘panelinha’ é permitida, sonegar imposto de renda é permitido (embora seja mentira e roubo), comprar produto pirata é permitido (embora seja crime) construir igreja em terreno público é permitido (embora seja invasão).


III – “AUTOFLAGELAÇÃO É SACRIFÍCIO DE TOLO”, é o que dizemos crer. Condenamos o sujeito que faz procissão de joelhos, que sobe escadarias para pagar promessas. Ainda assim praticamos um masoquismo espiritual que se expõe em frases do tipo “a hora em que seu estômago está doendo mais é a hora em que Deus está recebendo seu jejum”.Como se jejuar fosse habilitar o crente a receber a benção tão desejada.


IV – “ESPÍRITO DE ADIVINHAÇÃO É DIABÓLICO” é o que dizemos crer, mas vivemos praticando isso nas igrejas, dentro dos templos e durante os cultos! Ou será que não falamos:

- Olha só a cara do pastor. Deve ter brigado com a esposa.

- A irmã Fulana não tomou a ceia. Deve estar em pecado.

- Olha o irmão no boteco. Deve estar bebendo…

- Olha só o jeito que a irmã ora. É só para se amostrar…

- Olha a irmã lá pegando carona no carro do irmão. Hum, aí tem…


V – “DEUS USA QUEM ELE QUER” é o que dizemos. Mas também dizemos: “Deus não pode usar quem está em pecado”; “Deus não usa ‘vaso sujo’”; “Como é que Deus vai usar uma pessoa cheia de maquiagem, parecendo uma prostituta?”.


VI – “DEUS ABOMINA A IDOLATRIA”, dizemos. Mas esquecemos que idolatria é tudo o que se torna o objeto principal de nossa preocupação, lealdade, serviço ou prazer, como renda, bens, futebol, sexo ou qualquer outra coisa. A questão é: quem ou o que regula o meu comportamento? Deus ou um substituto? Há até muitas esposas, por exemplo, que oram pela conversão do marido a ponto de isso se tornar numa obsessão idolátrica: “Tenho que servir bem a Deus para Ele converter meu marido”; “Não posso deixar de ir à igreja senão Deus não salva meu marido”; “Preciso orar pelo meu marido, jejuar pelo meu marido, fazer campanhas pelo meu marido, deixar de pecar pelo meu marido”, ou seja, a conversão do marido tornou-se o objetivo final e Deus apenas o meio para alcançar esse objetivo. E isso também é idolatria.


VII – “A BÍBLIA É A ÚNICA REGRA DE FÉ E PRÁTICA CRISTÃS”. Mas dizemos:

Eu sei que a Bíblia diz, mas o Estatuto da Igreja rege...

Eu sei que a Bíblia diz, mas nossa denominação não entende assim…

Eu sei que a Bíblia diz, mas a profeta revelou que é assim que tem que ser…

Eu sei que a Bíblia diz, mas o homem de Deus teve um sonho...

Eu sei que a Bíblia diz, mas isso é coisa do passado…


VIII – “DEUS ME DEU ESTA BÊNÇÃO”! Mas dizemos:

Mas eu paguei o preço...

Mas eu fiz por onde merecê-la...

Mas não posso dividir com você porque posso estar interferindo na vontade de Deus, vai que Ele não quer que você tenha… Se você quiser, pague o preço como eu paguei.


IX – “NÃO SE DEVE JULGAR PELAS APARÊNCIAS. ELAS ENGANAM”. Mas frequentemente nos deixamos levar por elas para emitirmos nossos juízos acerca dos outros. Julgamos pela roupa, pelo corte de cabelo, pelo tamanho da saia, pelo tipo de maquiagem (ou a falta dela), pelo jeito de andar, de falar, pelo aperto de mão, pela procedência. Frequentemente, repito, frequentemente falamos ou ouvimos alguém falar: “Nossa! Como você é diferente do que eu imaginava. Minha primeira impressão era de que você era outro tipo de pessoa”, ou “Eu te achava um chato antes de te conhecer”.


X – “A SANTIFICAÇÃO É UM PROCESSO DE DENTRO PARA FORA”. É o que dizemos, mas, para nós, na prática, não basta ser santo, tem que parecer santo. Se a tal ‘santificação’ não se manifestar logo em um comportamento pré-estabelecido, num jeito de falar, andar, vestir e de se comportar é porque o sujeito não se ‘converteu de verdade’.



Pastor Batista Alessandro Mendonça



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

PORQUE EXISTEM TANTAS IGREJAS EVANGÉLICAS ?


Esta é uma pergunta que não quer calar. Assembléia de Deus, Batista, Presbiteriana, Quadrangular, Metodista são algumas das mais conhecidas. A quantidade de igrejas evangélicas é imensa. Mas Jesus disse que edificaria a sua igreja! Isto leva a crer que exista apenas uma igreja verdadeira. Sendo assim, porque existem tantas igrejas evangélicas?

O que significa igreja

O termo igreja deriva do grego “ekklesia” que quer dizer “chamados para fora”. Na bíblia o termo igreja é empregado para designar reunião de pessoas e não a organizações ou templos. Quando Jesus disse que edificaria a sua igreja, ele quis dizer que separaria para si povo que ouviria a sua voz.

Com o passar do tempo o termo igreja começou a ser aplicado ao local onde as pessoas se reúnem para cultuar a Deus.

Igreja Local e igreja Universal

Ainda sobre a igreja é importante compreender dois pontos: A igreja local e a igreja universal.

O sentido de igreja local é congregar, pois se trata da reunião dos fiéis em um lugar específico. A Bíblia emprega o plural “igrejas”, a fim de referir às igrejas locais. (AT 9.31; 16.5; Rm 16.4;16.9;2 Cor 8.1; Gl 1.2). Quando está no singular, cita-se a região na qual a igreja local encontra-se.

Igreja universal é o conjunto de todos os salvos em Cristo. No plano eterno de Deus, a igreja universal foi arquitetada por ele antes da fundação do mundo e tem um caráter geral porque inclui todos os cristãos remidos por Cristo, dentre todos os povos.

Fonte: Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2007 – A igreja e a sua Missão - CPAD


Porque existem tantas igrejas

Para entender bem o motivo de tantas igrejas ou denominações e como elas coexistem, é preciso entender dois pontos fundamentais: A essência do Cristianismo e as posições secundárias.

Na essência do Cristianismo estão as verdades centrais da palavra de Deus, ou seja, aquilo que é importante e necessário para a salvação do homem. Neste ponto as igrejas concordam entre si. Alguns exemplos:

  • A salvação é pela Graça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo.
  • A existência da Trindade: Deus pai, Deus filho (Jesus Cristo) e Deus Espírito Santo.
  • A necessidade de viver uma vida em santidade.
  • Que Jesus veio ao mundo em carne, isto é, ele nasceu e viveu como homem, embora fosse Deus. Isto é um mistério, mas pelo fé aceitamos.
  • Que Jesus morreu na cruz do calvário em nosso lugar, morte substituta.
  • Que Jesus ressuscitou ao terceiro dia, foi para o céu e voltará em breve para buscar a sua igreja.
  • Que a igreja é um organismo divino, tendo Jesus como cabeça e nós como membros.
  • Entre outras.

Nas posições secundárias ocorrem algumas divergências sobre o entendimento e a aplicação de alguns pontos e por este motivo acaba surgindo novas igrejas. Alguns exemplos:

  • Posições teológicas.
  • Modelos administrativos (presbitério, episcopal ou congregacional).
  • Nichos (igrejas com linguagem para jovens, por exemplo).
  • Usos e costumes (tipo de roupa, corte de cabelo, bater palmas, uso de certos instrumentos, ritmos musicais, entre outros).
  • Tradição (muitas igrejas diferem de outras baseada na tradição do pais, região ou credo de seus fundadores).
  • Expansões missionárias (igrejas do Brasil tem missões nos EUA e vice-versa.
  • Entre outras.

É bem verdade que hoje novas igrejas tem surgido por motivos fúteis, como divisões, ambições pessoais de alguns, falta de submissão, entre outros.

Todas as igrejas evangélicas estão certas ?

Eu não seria leviano para afirmar isso. As igrejas evangélicas são independentes e infelizmente muitas acabam por trilhar caminhos tortuosos. Uma recomendação que faço é que você ao ingressar em uma igreja evangélica procure conhecer a profissão de fé da igreja, ou seja, no que ela realmente crê. Uma vez conhecendo a crença da igreja, verifique se ela pratica o que crê.