sexta-feira, 31 de julho de 2009

A BENÇÃO E A MALDIÇÃO DA CRUZ


Quando eu era adolescente eu usava um colar com uma pequena cruz de metal como pingente. Eu sempre gostei de carregar coisas físicas que me lembrassem de olhar para Deus. Nesta época, seguindo a tradição evangélica de não gostar de nenhum tipo de imagem ou símbolo, principalmente os que lembram a igreja católica, alguns amigos achavam muito estranho eu usar aquilo - o que era mais um motivo para eu usar - diziam que é um sinal de maldição.

É verdade, a Bíblia declara que aquele que é pendurado numa cruz é maldito. Mas a Bíblia também declara que a cruz é uma benção, pois foi através da morte de Jesus na Cruz que somos justificados.

Cristo ordenou que aquele que quiser segui-lo deve tomar sobre si sua cruz. O que ele quer dizer? Esta cruz é benção ou maldição? As duas coisas.

É maldição, porque na época em que Cristo vivia, todo aquele que carregasse uma cruz sobre si era alguém sem honra, um marginal, alguém que não vale nada. Quando seguimos a Cristo, nossos valores e nossos princípios tornam-se diferentes, então somos vistos como malditos.

Somos vistos pelo mundo como malditos quando deixamos de ganhar mais dinheiro com aquele jeitinho… Quando deixamos de tirar proveito em determinadas situações…

Mas a cruz também é benção porque o Sangue de Cristo vertido na Cruz nos purifica de todo o pecado. É olhando para a cruz todos os dias, e carregando sobre si nossa própria cruz, que podemos suportar continuar convivendo com a nossa natureza pecaminosa.

Jesus não disse somente para carregarmos a cruz, mas para negarmos a nós mesmos. Essa é a imagem da cruz: a negação de si mesmo, enquanto o mundo afirma que nada é mais importante do que “a si mesmo”. “Se eu sou feliz assim, não há nada de errado nisso”, dizem.

Mas Cristo vai além, através do imperativo do Amor, ao seguirmos a Cristo negamo-nos a nós mesmos e afirmamos o outro. Deixamos de buscar a nossa felicidade em primeiro lugar e buscamos a felicidade do próximo. Assim, quando encontramos o outro, reencontramos a nós mesmos de outra maneira, de uma maneira mais profunda e encontramos a Deus.

No “mundo” o eu é afirmado. Na cruz o eu é negado. No amor acontece a síntese, a negação da negação. Desta maneira, eu reencontro o sentido da minha vida ao buscar o melhor para a vida do próximo, reencontro a minha felicidade ao procurar a felicidade para o outro. Quem quiser salvar sua vida, vai perdê-la, e quem quiser perder sua vida vai salvá-la.

Cristo nos trouxe a salvação. Ele não nos salvará somente no futuro, depois da nossa morte, Ele já nos salvou! Quando seguimos a Cristo, a cruz é uma realidade no dia-a-dia. É porque estamos salvos que podemos levar benção para o mundo que nos vê como malditos.

Quando adolescente, eu não me importava que meus amigos disessem que eu estava errado por carregar uma cruz de metal no peito… Hoje eu não me importo de carregar a minha cruz e seguir a Cristo, haja o que houver.

Além disso, negar a mim mesmo, carregar a minha cruz e seguir a Cristo significa estar ao lado daqueles que neste mundo são malditos, excluídos, marginalizados, oprimidos, e lutar pela sua libertação.

Carregar uma cruz no peito era muito fácil. Carregar a Cruz do evangelho integral de Cristo para onde quer que eu vá é muito mais difícil.

2 comentários:

  1. Irmão Ailton, Que Deus continue te ispirando prezado Irmão.
    Um Abraço.
    Irmão MARCUS

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  2. Te Inspirando, desculpe o erro de portugues.

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