terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A PREGAÇÃO DO EVANGELHO


Textos Base: At 11: 19-26 – At 13: 1-3

A Igreja nasceu no coração de Deus. Ela é a união dos santos. Sozinhos estaríamos mais frágeis aos ataques do inimigo.

Jesus materializou a igreja, e o Espírito Santo à sustenta e mantém unida. Talvez você ache estranho falarmos de união quando existem várias denominações evangélicas. Mas a união está em todas elas pregarem o mesmo Evangelho, defender as doutrinas básicas do cristianismo: a Divindade de Cristo, a salvação pela graça, a ressurreição física de Jesus e etc.

A principal incumbência da Igreja é a pregação do Evangelho. Trabalhar pelo crescimento do Reino de Deus. Por isso todas as igrejas devem se preocupar em anunciar a salvação em Jesus.

O primeiro a anunciar o Reino de Deus no Novo Testamento, foi João Batista. Pregou uma mensagem de arrependimento. Desafiou os escribas e fariseus que dessem frutos dignos de arrependimento. Quer dizer, demonstrem com atitudes, com ações seu arrependimento.

Como nós devemos entender a mensagem de João, sobre frutos dignos de arrependimento: que não adianta pedirmos perdão a Deus hoje e, amanhã repetir todos os pecados cometidos anteriormente. Seu comportamento precisa mudar você precisa se comportar como filho de Deus.

João sabia da grandeza de sua missão. Ele não se desviou dela. Entendeu a sua importância naquele momento, mas sabia que ele era apenas um arauto para anunciar a vinda do Messias. Por isso anunciava: “Após mim vem um que é maior do que eu, do qual não sou digno de lhe desatar as sandálias" (Lc 3.16). Ele está dizendo que sabe quem é, que ele é grande diante de Deus. Mas, reconhece que Jesus é incomparavelmente maior do que ele, já que diz que não é digno sequer de ser seu escravo, porque quem desatava as sandálias dos seus senhores eram os escravos.

Quando vieram contar a João que Jesus estava batizando e que as multidões iam ao encontro dele, João disse: “é necessário que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). João que foi o pastor de Jesus, está reconhecendo que seu ministério, estava cumprido.

Quão bom seria se todos nós entendêssemos a importância e a grandeza de Jesus em nossas vidas. Assim nós seríamos mais humildes e conseqüentemente mais preparados para a obra de Deus. Quantos pregadores hoje parecem querer tomar o lugar de Jesus. O estrelismo tomou conta dos púlpitos.

Veja o que Jesus disse de João Batista: “dos nascidos de mulher, ninguém foi maior que João Batista” (Mt 11.11). Só isso mostra a importância da pregação do evangelho, porque não existe na Bíblia nenhum relato de milagres realizados por João (Jo 10.41). A importância de João estava em anunciar a vinda do Messias, a pregação de arrependimento. Fazer a vontade de Deus, sem se desviar de sua missão.

Então a prioridade da Igreja é pregar o Evangelho. Sinais e Maravilhas fazem parte, mas a prioridade deve ser a salvação de almas.

Jesus, agora passa a ser o grande pregador das Boas Novas. Agora é a própria Palavra a anunciar que o Reino de Deus é chegado. O Verbo está entre nós. Isso demonstra o quanto Deus nos ama, envia seu próprio Filho para que por meio dele todos tenhamos acesso ao Criador Supremo.

Jesus também veio pregando arrependimento. É isto que o evangelho deve fazer na vida dos convertidos, fazer com que se arrependam de seus pecados para poder caminhar com Deus.

Em Mateus 10:5, Jesus nos dá uma lição de como iniciar nossa pregação do evangelho. Ele envia os doze discípulos, com a seguinte instrução: “Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; antes, dirijam-se as ovelhas perdidas de Israel.”

Com esta ordem parece que Ele está discriminando os outros povos e, privilegiando os judeus. Mas, não é isso. Aqui Jesus nos deixa uma primeira regra para evangelização: em primeiro lugar devemos evangelizar os de nossa casa, nossa família.

Vem a pergunta: "Isto quer dizer que antes de evangelizar minha família, não posso anunciar Jesus para outras pessoas?" Claro que pode, mas a prioridade é sua família.

Já em Marcos 16:15, Jesus dá uma nova ordem de evangelização: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.

Cumprido o anuncio das Boas Novas entre os seus (quer eles tenham aceitado quer não, sua parte foi cumprida), agora você pode partir para anunciar ao mundo a Palavra da Verdade. Não significa que você precisa viajar para outros estados ou países, mas sim que você não pode perder oportunidade de anunciar o Reino de Deus, o Evangelho.

Os discípulos tiveram dificuldades para entender este “Ide” de Jesus. A maioria entendia que o Cristo veio apenas para os judeus. Poucos se aventuraram a pregar fora da Judéia. Podemos citar entre esses poucos, Felipe, o diácono, conforme registrado em Atos 8:5, que foi pregar aos samaritanos. Filipe, também pregou ao eunuco da rainha etíope, Candace.

Os outros apesar de se dispersarem para vários lugares fugindo da perseguição sofrida em Jerusalém após a morte de Estevão, pregavam a Palavra apenas aos judeus, ou convenciam as pessoas a converterem-se ao judaísmo, para depois tornarem-se seguidores de Cristo. Quer dizer o cristianismo estava virando uma seita do judaísmo. Saindo totalmente do propósito de Deus.

O Senhor então chamou Simão Pedro para anunciar as Boas Novas aos gentios. Em uma visão o Senhor mostrou a Pedro, que para Ele todos podiam ser purificados no sangue de Jesus. Nós lemos esta ordem de Deus a Simão na história do centurião Cornélio, conforme está no capitulo 10 do livro de Atos dos Apóstolos.

Note-se que, Deus em sua onisciência já havia chamado Saulo (a conversão dele acontece antes destes fatos, conforme Atos 9). Quer dizer Deus já sabia que Pedro não tomaria posse dessa incumbência, teria dificuldades para assumir a evangelização dos gentios. Simão era muito preocupado em agradar aos judeus.

Então porque Deus chamou Pedro? Porque faz parte da natureza de Deus, conceder oportunidade a todas as pessoas.

Conforme relatado no capítulo 11 de Atos, os cristãos dispersos pela perseguição chegaram a Fenícia, Chipre e Antioquia, uma cidade de grande importância na época, era a terceira maior cidade do império romano, atrás apenas de Roma e Alexandria.

Só que estas pessoas anunciavam as Boas Novas apenas aos judeus. Porem chegaram à Antioquia uns irmãos cipriotas e cireneus que começaram a pregar o Evangelho também aos gregos. Diz o texto que: “a mão do Senhor era com eles, e muitos se converteram”. Quer dizer, pregar aos gentios agradava a Deus.

Em Jerusalém, a igreja soube que judeus e gentios estavam juntos servindo a Deus. Enviaram Barnabé, para verificar estes fatos.

Barnabé foi o mesmo que após a conversão de Saulo, o apresentou a igreja, garantindo que ele havia tido um encontro com Jesus e agora era um deles. Barnabé era diferente da maioria dos judeus convertidos. Tinha uma visão diferente, entendia que Cristo veio para salvar a todos, não importando a que raça pertencessem. Chegando em Antioquia, Barnabé ficou maravilhado com o que viu, parece que ele sempre sonhara ver essa união em Cristo. Diz o texto que ele era um homem cheio do Espírito Santo e fé; e muitas pessoas foram acrescentadas ao Reino de Deus (Atos 11.22-24).

Parece que Barnabé sentia falta de alguém que como ele entendesse que aquele convívio entre judeus e gentios era a vontade de Deus. Ele viajou até Damasco a procura de Saulo, e o encontrando trouxe a Antioquia (Atos 11.25).

Durante anos Saulo estava sendo preparado por Deus para a pregação do Evangelho aos gentios. O próprio Jesus o revelara todo o Evangelho. Tudo para que ele não fosse “contaminado” pelo ensinamento dos irmãos que entendiam que Jesus era para os judeus. Isto ele narra em Gálatas 1: 11-12.

Tudo isso fazia parte do plano de Deus, para que os gentios fossem atingidos pela pregação do Evangelho.

Certo dia, durante uma reunião de jejum e adoração na igreja em Antioquia, o Espírito Santo disse: “Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (Atos 13.2). A igreja não esperou segunda ordem, impuseram as mãos sobre os dois, abençoando-os os enviaram.

Barnabé e Paulo, então empreenderam viajem pregando Evangelho onde havia oportunidade. Foi uma viagem difícil, cheia de perigos, ameaças contras as suas vidas. Em Listra, Paulo foi apedrejado. Dado como morto foi arrastado para fora da cidade, mas, pela misericórdia de Deus permaneceu vivo. A pregação entre os gentios foi de grande proveito, muitos se converteram.

Mas ao voltarem da primeira viagem missionária, com noticias de muitos convertidos, não foram recebidos com festa por todos. Alguns acharam que eles haviam cometido erros gravíssimos por não convenceram os novos cristãos a aceitarem a lei mosaica como regra de vida. De inicio Paulo e Barnabé ficaram tristes, porque sabiam que se fossem impor aos gentios o cumprimento da lei mosaica, muitos desistiriam. Os dois estavam preocupados com a salvação de almas, sem interessar o crescimento da religião judaica. Houve então uma desavença entre eles e os judeus convertidos. Esse problema foi comunicado aos apóstolos. Por esta razão Barnabé e Saulo juntamente com os judaizantes foram convocados a comparecer em Jerusalém e se explicar perante a igreja. Foi então reunido o primeiro concilio da Igreja Cristã. Nesta reunião os debates foram acalorados, cada um defendeu seu ponto de vista (Atos 15).

-Paulo e Barnabé, criam que a salvação dos gentios seria pela Graça de Deus, sem as obras da lei. Que a circuncisão, tão defendida pelos judeus, seria feita no coração e não fisicamente, como mandava a lei judaica.

-Os judaizantes não abriam mão da circuncisão dos gentios e o cumprimento da lei, sem a qual eles não teriam direito a salvação.

A solução estava difícil, até que Tiago, irmão do Senhor Jesus trouxe a solução. Propôs que aos irmão gentios fosse ordenado apenas que: “se abstivessem da comida sacrificada aos ídolos, da imoralidade sexual, da carne de animais estrangulados e do sangue” (Atos 15.20). A maioria do concilio aprovou a solução.

Isto deixou Paulo e Barnabé muito felizes. Agora podiam oficialmente pregar apenas o Evangelho, sem medo da interferência dos judeus. Se bem que eles continuaram a “perturbar” o ministério de Paulo. Mas agora não podiam denunciar a Igreja a maneira de Paulo evangelizar pregando a salvação pela Graça de Deus e a fé no sacrifício de Jesus, sem as obras da lei.

Então, aprendemos que, pregar o Evangelho é nossa obrigação. Mas que mesmo se nossa pregação atingir muitas pessoas, muitos comparecerem aos cultos por aceitarem nosso convite, não devemos esperar reconhecimento de todos, podemos ser criticados e acusados por alguns de sermos negligentes. Então o pregador deve estar preparado para agradar a Deus, e não as pessoas de sua congregação.

Nós devemos pregar a salvação em Cristo Jesus e não bandeira de igreja. Se o convertido vier para nossa igreja, ótimo, mas este não deve ser o objetivo. Mas quantos entendem isto. Na realidade a maioria das igrejas pregam o proselitismo. Quantas pessoas se perderam e voltaram ao “velho mundo” por não se adaptarem em uma determinada igreja, e serem avisado que se fossem para outra igreja estaria debaixo de "maldição".

Sem duvida Paulo foi o maior missionário que se tem noticia. Suas cartas são um legado que nós temos, e podem ser consideradas como um manual de como abrir e dirigir uma igreja. Já que ele escreveu o que viveu. Paulo nos ensinou como deve ser a igreja, para que ela sirva de exemplo para os que estão sendo alcançados pela Palavra de Deus. Não esqueceu de ensinar como devem se portar os bispos, pastores e presbíteros, os que estão à frente da obra.

Se os líderes seguissem os ensinamentos do apóstolo Paulo, com certeza seria mais fácil pregar o Evangelho sem medo de ser cobrado quanto ao comportamento de algumas pessoas que fazem parte das Igrejas Evangélicas.

José Dias

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