quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O Cristão e o Dinheiro

A Bolsa de Valores sobe! Juros caem! Inflação voltará? Crise econômica preocupa o governo! As manchetes nos jornais, revistas e programas de televisão não param de falar sobre dinheiro. No Brasil, como em muitos outros países, governos são eleitos e desfeitos por circunstâncias e políticas econômicas.

Mas, essa preocupação com dinheiro não é assunto exclusivo do governo. Muitas igrejas, também, se dedicam à busca do dinheiro. Algumas enfatizam a procura da prosperidade na vida dos adeptos, e muitas mostram uma preocupação muito grande em arrecadar dinheiro para a própria igreja. A maioria das pessoas vive numa constante agitação por causa de diversos problemas financeiros—contas já vencidas, desejos de receber aumentos salariais, dívidas assutadoras. O que Deus ensina para nos ajudar no meio de tanta preocupação sobre o dinheiro? Vamos examinar alguns princípios bíblicos que vão nos ajudar a fazermos a vontade de Deus na aquisição e uso do dinheiro. A Bíblia fala muito sobre esse assunto; por isso, este artigo contém muitas citações bíblicas. Por favor, tome o tempo necessário para ler cada passagem e confirmar que o ensinamento aqui é de Deus, não de meros homens.

O dinheiro é nossa ferramenta, não nosso dono

Muitas pessoas são escravas do dinheiro. Lutam tanto para ter dinheiro que nem têm tempo para gozar da sua prosperidade! O desejo de ter coisas e acumular riquezas domina a vida de muita gente. Você já ouviu alguém falar sobre as posses de Bill Gates ou outro rico com tom de inveja na voz? O servo de Deus precisa reconhecer que o dinheiro é uma ferramenta que deve ser empregada em boas obras, e não ser, nosso senhor. Uma das táticas mais eficazes do diabo é apagar o zelo do cristão com preocupações financeiras (Mateus 13:22). Jesus ensinou claramente que nós temos que escolher entre dois senhores (Mateus 6:19-34).

Mas, muitas pessoas se tornam escravas do dinheiro por acumular dívidas. Por que alguém assinaria um papel para assumir dívida e pagar juros— às vezes tão altos que acabam multiplicando o custo da compra? Os problemas mais comuns com dívida são:
Motivos errados: avareza, cobiça e inveja (Provérbios 23:1-5; Tiago 4:2-4). Em vez de trabalhar e exercer domínio próprio para poupar dinheiro e comprar à vista, pessoas se enganam e pagam prestações para obter as coisas imediatamente. Procedimento errado: desonestidade. A pessoa que promete pagar é obrigada cumprir a promessa. Aquele que promete e não paga está pecando. Quem promete quando sabe que não tem condições para pagar é um mentiroso indigno da vocação a que fomos chamados (Efésios 4:1,25; Mateus 5:37). Vida desordenada: falta de administração. Ao invés de cuidar das suas obrigações como Deus mandou, o devedor acaba sendo dominado por outros (Provérbios 22:7). Falta domínio próprio, uma das qualidades essenciais da vida cristã (Gálatas 5:23; 2 Pedro 1:6).

Os servos de Deus precisam entender bem alguns princípios que a Bíblia ensina sobre o dinheiro, para não serem enganados e escravizados ao dinheiro. Aprendemos nas Escrituras que nunca devemos pôr nossa confiança nas riquezas (1 Timóteo 6:17-19; Provérbios 11:28; Lucas 12:15-21; 1 Timóteo 6:4-11). O dinheiro não é fonte de alegria ou contentamento (Provérbios 15:16-17; Eclesiastes 5:10-11). Apesar das doutrinas de muitas igrejas hoje que dizem que a prosperidade é evidência da fidelidade, a Bíblia ensina que nem riqueza nem pobreza, por si só, nos faz melhor servos de Deus. É bom ter o suficiente, mas não o excesso (Provérbios 30:7-9).

Honestos no trabalho e nas finanças

Há muita preguiça e desonestidade no mundo, mas o discípulo de Cristo tem que tirar tais atitudes pecaminosas de sua vida. Devemos trabalhar honestamente e diligentemente, lembrando que o Senhor está nos observando (Colossenses 3:22-25; Provérbios 27:23-27). O preguiçoso está sempre se enrolando em negócios que, diz ele, trarão riquezas fáceis e rápidas. Homens sem entendimento têm cometido o mesmo erro por milhares de anos. “O que lavra a sua terra virá a fartar-se de pão, mas o que se ajunta a vadios se fartará de pobreza. O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não passará sem castigo.... Aquele que tem olhos invejosos corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a penúria” (Provérbios 28:19-20,22). O cristão precisa abandonar qualquer maneira desonesta de ganhar dinheiro e fazer “com as próprias mãos o que é bom” (Efésios 4:28).

Não somente no trabalho, mas em todos os negócios, devemos ser absolutamente honestos (Provérbios 10:2; 16:8; 20:17; 22:28). “Trabalhar por adquirir tesouro com língua falsa é vaidade e laço mortal” (Provérbios 21:6). A pessoa honesta evitará dívidas desonestas e excessivas (Provérbios 22:7,26-27). Ela pagará os devidos impostos e obedecerá as leis do governo (Mateus 22:17-21; Romanos 13:1-7; 1 Pedro 2:13-17). Não será gananciosa, nem oprimirá outros (Provérbios 28:8; Tiago 2:6-7; 5:1-6; Amós 8:4-6).

Cumprindo obrigações financeiras

O cristão deve administrar bem seu dinheiro, porque Deus lhe deu várias responsabilidades. A pessoa que usa seu dinheiro para servir da maneira que o Senhor quer está se preparando para estar com Deus para sempre (1 Timóteo 6:17-19; Lucas 16:1-13). Considere algumas responsabilidades — ou, melhor, privilégios — que ele deu aos seus servos.

Participar do trabalho da igreja: Desde o início, a igreja do Senhor tem recebido e usado dinheiro no seu trabalho. No Novo Testamento, aprendemos que a igreja recebeu dinheiro por ofertas voluntárias (Atos 4:32-37) dadas no primeiro dia da semana (1 Coríntios 16:1-4). Essas coletas foram feitas em cada congregação local, e a própria congregação empregou o dinheiro no trabalho autorizado por Deus. Cada cristão tem a responsabilidade de dar “conforme a sua prosperidade” (1 Coríntios 16:2), “segundo tiver proposto no coração” e “com alegria” (2 Coríntios 9:7). Enquanto o Novo Testamento não exige o dízimo (que foi um valor obrigatório para os judeus sob a lei de Moisés), não devemos pensar que Deus quer só as migalhas que sobram depois de nos fartar. Jesus elogiou o espírito de sacrifício da viúva pobre (Lucas 21:1-4). Paulo agradeceu o sacrifício dos filipenses como uma oferta agradável a Deus (Filipenses 4:18). Ele elogiou os irmãos da Macedônia por sua generosidade, dizendo que “deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor” (2 Coríntios 8:5). Eles descobriram a chave da generosidade. A pessoa que recusa dar liberalmente tem esquecido que Jesus deu a própria vida para nos resgatar. Devemos sacrificar com alegria!

Sustentar a família: Numa época em que muitas famílias sofrem por causa da preguiça e irresponsabilidade de homens, devemos lembrar que quem é convertido a Cristo vai se transformar. Paulo confrontou esse problema de homens ociosos em tessalônica, e os sacudiu com palavras claras: “...e a diligenciardes por viver tranqüilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos; de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar” (1 Tessalonicenses 4:11-12); “Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma....determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão” (2 Tessalonicenses 3:10-12). Em outra carta, ele falou da obrigação de sustentar parentes, especialmente viúvas: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1 Timóteo 5:8).

Ajudar os necessitados: Como discípulos de Cristo, temos a responsabilidade de usar o nosso dinheiro para ajudar os necessitados. Generosidade faz parte do caráter do cristão verdadeiro. Devemos trabalhar para ter condições para ajudar outros (Efésios 4:28). Os que são abençoados com coisas materiais devem as usar para boas obras de caridade (1 Timóteo 6:17-18). Cada um de nós tem a responsabilidade de ajudar as viúvas e os órfãos (Tiago 1:27). Entre as coisas que Jesus vai examinar no julgamento é nossa benevolência para com outros (Mateus 25:35-46). Cada um responderá pelas coisas feitas nessa vida. Vamos meditar nos ensinamentos bíblicos para aprender como mostrar esse cuidado para os outros (leia Salmo 112:5-6; Mateus 19:21; 1 João 3:17). Sempre lembremos que o segundo grande mandamento é amar ao próximo (Mateus 22:39).

Motivos para ser bons administradores

Quando consideramos tudo que devemos fazer com nosso dinheiro, compreendemos a importância da boa administração financeira. Nosso dinheiro é uma ferramenta que devemos empregar para fazer a vontade de Deus. Somos privilegiados em participar do trabalho de uma igreja e em ter condições para sustentar a família e ajudar outras pessoas. E, no final das contas, qualquer sacrifício que oferecemos será nada em comparação com o sacrifíco de Jesus na cruz (Lucas 17:10).

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