sexta-feira, 20 de abril de 2012

Não discuta;demonstre com sua atitude.








Por mais de trinta anos um Vizir, conhecido e admirado por sua lealdade, sinceridade e devoção a Deus, serviu ao seu senhor. Sua honestidade, entretanto, gerou inimigos na corte, que espalhavam calúnias a seu respeito.
Eles falavam ao ouvido do Sultão o dia inteiro, até que ele também começou a desconfiar do inocente Vizir e acabou condenando à morte o homem que lhe servia tão bem.
Naquele reino, quem fosse condenado à morte era amarrado e jogado no cercado onde o Sultão mantinha os seus cães de caça mais ferozes. Os animais estraçalhariam a vítima de imediato.
Antes de ser jogado aos cães, o Vizir fez um último pedido: precisaria de dez dias de trégua. Nesse tempo pagaria as dívidas, recolheria o dinheiro que lhe deviam e devolveria artigos que as pessoas lhe deram para guardar. Dividiria seus bens entre os membros da sua família e indicaria um guardião para os filhos.
Depois de ter a garantia de que o Vizir não iria tentar fugir, o Sultão lhe concedeu o pedido.
O Vizir correu para casa, juntou cem moedas de ouro, e foi visitar o caçador que cuidava dos cães do Sultão. Ofereceu ao homem as cem moedas de ouro e disse:
- “Deixe-me cuidar dos cães durante dez dias”.
O caçador concordou e durante os dez dias seguintes o Vizir cuidou das feras com muita atenção, tratando-as bem e alimentando-as bastante. No final dos dez dias elas estavam comendo na sua mão.
No décimo primeiro dia o Vizir foi chamado à presença do Sultão, as acusações se repetiram e o sultão assistiu enquanto o Vizir era amarrado e jogado aos cães. Porém, quando as feras o viram, correram até ele e mordiscaram afetuosamente seus ombros e começaram a brincar com ele.
O Sultão e as outras pessoas ficaram espantadas e o Sultão perguntou ao Vizir por que os cães haviam poupado a sua vida.
O Vizir respondeu:
- “Cuidei desses cães durante dez dias. O Sultão mesmo viu o resultado. Eu cuidei do senhor por mais de trinta anos e qual foi o resultado? Fui condenado à morte pela força de acusações levantadas por meus inimigos”.
O Sultão corou de vergonha. Ele não só perdoou o Vizir como lhe deu belas roupas e lhe entregou os homens que o haviam difamado.
O nobre Vizir os libertou e continuou a tratá-los com bondade.


Por vezes nós temos agido como o Sultão da história. Desconsiderando pessoas que nos são fiéis por longo tempo, damos ouvidos a outras que desejam destruir e infelicitar.
> Há sempre caluniadores nos palcos terrenos e sempre há quem lhes dê ouvidos e crédito.
> O indivíduo que fala mal dos outros, quando estes estão ausentes, não tem boas intenções.
> Quem deseja edificar, corrigir equívocos, melhorar a situação, fala diretamente com os envolvidos e ouve as suas razões.
> Geralmente instigadas pela inveja, o ciúme, o despeito, pessoas arrasam a vida de outras pessoas e geram infelicidade para si mesmas, num futuro próximo ou distante.
Por isso, é sempre importante pensar sobre as verdadeiras intenções daqueles que gostam de fazer comentários sobre quem não está presente e não tem a menor chance de se defender.
É importante considerar, ainda, que quem faz comentários maldosos dos outros para você, poderá fazer de você para os outros, logo mais.
Pensando assim, sempre que o assunto em pauta for uma pessoa, seria justo que ela pudesse participar da conversa.
Você não gostaria de estar presente quando o assunto fosse você?
Pois bem, é muito provável que as outras pessoas também desejem o mesmo.
Por mais fascinante que seja falar mal dos outros “pelas costas”, isso jamais fará dessa prática uma atitude nobre.


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